Pintasilgo venezuelano ou Tarim – Carduelis cucullata
Parente
próximo e com características muito
semelhantes ao pintassilgo (Carduelis
magellanica) encontrado no Brasil o
Pintassilgo da Venezuela (Carduelis
cucullata) é um pequeno pássaro da família
Fringillidae, originário da América do Sul
tropical no norte da Colombia e Venezuela,
onde é conhecido como cardenalito. Aqui no
Brasil também é muito conhecido como Tarim.
Na história evolutiva das cores dos
canários (Serinus canaria) o pintassilgo da
Venezuela deixou uma grande contribuição,
uma vez que foi o responsável pela
introdução do fator vermelho nos canários de
cor, através do processo de hibridação. O
cruzamento do pintassilgo da Venezuela com
uma canária gera um hibrido chamado F1,
sendo que aproximadamente 50% dos machos F1
são férteis e podem ser cruzados com
canárias, gerando os R1. Quando se faz
sucessivos cruzamentos temos: R1 x Canária =
R2; R2 x Canária = R3; R3 x Canária = R4.
Neste caso o individuo R4 é considerado um
canário puro portador do fator vermelho. E
foi a partir deste tipo de cruzamento
associado a seleção aplicada pelos criadores
que atualmente temos diversas cores com
fator oficiais reconhecidas pela OBJO e
também pela OMJ.
O pintassilgo da
Venezuela é uma ave semi-doméstica que vem
sendo criado em ambiente domestico no mundo
todo a mais de quarenta anos. No inicio da
criação o interesse dos criadores era a
obtenção de híbridos, pois tratavam se
pássaros diferentes e raros. Na atualidade
cria-se pintassilgos da Venezuela puros
ancestrais e suas mutações com fins
conservacionistas para perpetuação da
espécie.
Aqui no Brasil a época de
reprodução inicia-se no mês de outubro e
estende-se até o mês de fevereiro, pois
estas aves necessitam de altas temperaturas
e longos períodos de luminosidade para que
sejam estimuladas a reproduzir. A reprodução
é feita em gaiolas criadeiras com dimensões
aproximadas de 60x35x35 cm, no interior da
gaiola o criador deve colocar um ninho feito
em corda. O ninho deve ser parcialmente
camuflado com plantas artificiais para que a
fêmea sinta-se segura no ninho. As fêmeas
fazem postura de quatro ovos em média e o
período de incubação é de 13 dias. Em alguns
casos o criador deve fazer a substituição
dos ovos verdadeiros por ovos de plástico,
pois alguns machos podem danificar os ovos
verdadeiros durante o período de incubação,
o que compromete a reprodução destas aves no
cativeiro. Assim ao final da postura o
criador deve repor os ovos verdadeiros no
ninho e retirar o macho da gaiola ou
separá-lo pela grade divisória. A fêmea
ficará responsável pela incubação dos ovos e
alimentação dos filhotes.
A criação
do pintassilgo da Venezuela é uma atividade
desafiadora e apaixonante por isso é
crescente o interesse em reproduzir estas
aves em ambiente doméstico.